4-5 setembro 2023
Universidade do Algarve, Faro
4-5 setembro 2023
Universidade do Algarve, Faro

OQ3

OQ3 - O que nos diz a concentração de oxigénio da água do mar?

Formadores

Alexandra Cravo(1) e Paulo Relvas(2)

Descrição

O destino e o comportamento do oxigénio dissolvido são de importância crítica para os organismos marinhos, na determinação da severidade de impactos adversos. A concentração de oxigénio dissolvido na água do mar varia entre 0 mg /L (águas estagnadas) e 10 mg /L (regiões de supersaturação e em regiões de grande profundidade). É um dos parâmetros mais importantes na caraterização química da água e uma das razões mais importantes que levam à determinação deste parâmetro prende-se com o facto do seu teor permitir a existência de vida aquática, sendo fundamental à respiração. O teor de 4-5 mg/L em oxigénio dissolvido pode considerar-se como o teor mínimo necessário para a maioria dos organismos aquáticos sem que estes sofram danos. Em algumas águas, nos estuários e em águas costeiras estratificadas a inibição da mistura ajuda a estimular o potencial desenvolvimento de fenómenos de hipoxia (< 2 mg/L) e anoxia (< 0,5 mg/L) no fundo destes sistemas, particularmente no Verão, o que pode comprometer as respostas fisiológicas dos organismos que aí vivem. Dada a sua importância, a Directiva-Quadro da Água (WFD, 2000/60/CE) indica a medição do oxigénio dissolvido como um dos cinco '' elementos químicos e físico-químicos de suporte aos elementos biológicos” para avaliar o Estado Ecológico da água, nomeadamente para as de transição e as costeiras. A Comissão OSPAR, na sua convenção (do mesmo nome), para a proteção do meio marinho, exige o reporte obrigatório das concentrações de oxigénio nas águas do Atlântico Nordeste.

A troca gasosa de oxigénio atmosférico através do interface atmosfera-água e a produção in situ de oxigénio, através da fotossíntese, são as fontes primárias de oxigénio no ambiente marinho. A fotossíntese é realizada por plantas aquáticas, algas, e bactérias fotossintéticas. A maioria destes organismos utiliza a energia da luz para produzir oxigénio mas os organismos heterotróficos usam-no na respiração, nomeadamente as bactérias na degradação da matéria orgânica.

O objetivo desta oficina é explicar a importância da determinação da concentração do oxigénio em águas costeiras, executar o seu procedimento laboratorial e perceber o grau de oxigenação das amostras recolhidas na Ria Formosa, e potenciais impactos nos organismos aquáticos. Neste contexto, serão recolhidas antecipadamente amostras de água da Ria Formosa em garrafas de Niskin, para posterior determinação laboratorial por titulação, usando o método de Winkler.

A variabilidade do oxigénio dissolvido no oceano tem causas multidisciplinares. Para além dos procressos biológicos, serão também explicados durante o trabalho laboratorial os mecanismos físicos que governam a variabilidade do oxigenio dissolvido no oceano.

Material Necessário

Bata e calculadora

(1) Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro, Portugal (acravo@ualg.pt)

(2) Paulo Relvas - Centro de Ciências do Mar (CCMAR), Universidade do Algarve, Campus de Gambelas8005-139 Faro, Portugal (prelvas@ualg.pt)